segunda-feira, 17 de agosto de 2009

fa(ce)scistas

às vezes, quando a gente cresce, pára de se esconder atrás de gente bonitinha!
toda "beleza" me irrita!!! e como estou meio sem tempo, mando um heiner muller que muito me interessa:

Abaixo a felicidade da submissão. Viva o ódio, o desprezo, a insurreição, a morte. Quando ela atravessar os vossos dormitórios com facas de carniceiro, conhecereis a verdade
.

negar a morte é negar a vida e viver uma vida tosca ou uma vidinha bonitinha.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

e numa mesa de bar (nomeado "mequetrefffff" por ju) rodrigo pergunta:
- e quando tu resolveu deixar teu cabelo crescer?

simone:
- quando decidi parar de deixar o mundo me tesourar!!!

uh...

sábado, 2 de maio de 2009

me acorde amanhã com uma cesta de café improvisada
traga uma orquídea nela
eu deixarei a porta falsamente fechada
silenciosamente entre e vá até meu quarto
deite-se ao meu lado
não fale nada, eu te reconhecerei pelos teus pêlos
acorde-me com beijos na nuca como tu bem sabe que eu gosto
passemos o dia
à noite saia
plante flores no jardim de casa, e, sem olhar pra trás, deixe-as
a orquídea vai ficar guardada
as flores de fora
se a terra for boa
vão vingar

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Como você vê a si mesmo e o que faz com que você se veja deste modo?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Ópera Natimorta

O grande teatro lotado. Penumbra no palco. As luzes acendem. Silêncio. Um cenário gigantesco se revela, ourificado, reluzente. A soprano adentra o palco. Silêncio. Respira uma vez, enche seu abdômen e costelas de ar, de fato apóia. A primeira palavra se mostra apta a sair num canto que promete pôr abaixo. A boca se abre e a língua se articula. Pasmem. Nenhum som. Nada sai. Mais um esforço ela empreende pra que algo na noite seja audível, nada sai. O silêncio grita. As luzes começam a baixar. O maestro discretamente derrama uma lágrima. Hirta, a soprano fixa seu olhar no canhão de luz que está sobre seu rosto. Neste momento só existe ela e sua luz. Nenhuma revelação, nenhum fluxo de consciência, só ela e a luz. Apenas ela e uma radiação eletromagnética que pulsa nas suas células. Quase fotossíntese, agora alimentada.. Os nós do seu vestido começam a desatar sem que ela faça um mínimo movimento. Do seio esquerdo cai uma gota de vida. Seu canto desata. Seu melhor agudo sai sem o menor esforço. As luzes se acendem. Daquilo que significou algo só restam ela e o canhão de luz, este agora apagado. Não há público. No hay banda!!!